Domingo de feriado. Tarde. Estou aqui deitada na cama. Ouvindo Muse, uma de minhas bandas favoritas. Lendo escritos alheios na internet. Tendo pensamentos. No que passou, o que fiz. Escuto a música e vou sentindo emoções, lembranças. Uma grande mistura mesmo. E me sinto bem. Penso também no que vou fazer: no que devo fazer e no que quero fazer, tentando nesse meio determinar apenas o que realmente precisa ser determinado. O que puder ser deixado ao acaso, que continue sendo. Essa mania de controle das coisas tem que passar. Passa, eu sei. E enquanto estou aqui, em meio a tudo isso, deixo um texto que gosto demais da minha querida Cecília Meireles, aquela que me entende tão bem...
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
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